Existem 3 variedades de sistemas operacionais amplamente usados e conhecidos do público em computadores pessoais: Windows, MacOS e Linux. Este último é mais conhecido e usado por profissionais de tecnologia e representa uma fatia significativamente menor do que os dois primeiros. No entanto, quando falamos de servidores, as coisas mudam radicalmente. Servidores Linux estão presentes em uma fatia de mercado bem maior do que os servidores equipados com Windows. Vale mencionar que a Apple não compete nesse quesito, restringindo seu alcance a computadores e smartphones. O que nos deixa, portanto, apenas com versões de servidores equipados com sistemas operacionais criados pela Microsoft (Windows) ou com uma das diversas distribuições Linux disponíveis.
Vale mencionar que servidores Linux e Windows podem ser usados tanto em redes locais, como as usadas internamente por empresas de todos os portes, quanto em datacenters que se destinam a hospedar sites e aplicações web.
A escolha entre servidores Windows e Linux para gerenciar redes, hospedar sites e aplicações de qualquer natureza é uma decisão fundamental e que deve ser feita previamente a qualquer implementação. Isso ocorre porque esses dois sistemas operacionais oferecem abordagens distintas para o gerenciamento de servidores, com características que podem afetar o desempenho, os custos e a flexibilidade de uma aplicação.
Vamos conhecer aqui as diferenças fundamentais entre servidores Windows e Linux, suas características, aplicações ideais e outras considerações. Assim, espero ajudar você, leitor, a tomar a melhor decisão sobre qual sistema operacional escolher para atender suas necessidades.
Servidores Linux e Windows: principais diferenças
Windows e Linux são sistemas operacionais que possuem algumas diferenças significativas em termos de filosofia, funcionalidades e uso. Uma das principais diferenças está no fato de que o Windows é um sistema proprietário e de código fechado, enquanto o Linux é um sistema gratuito e de código aberto.
Mas o que isso significa na prática?
Para usar o Windows, é necessário adquirir uma licença de uso, fornecida pela Microsoft. Além disso, os usuários de servidores Windows ficam restritos ao ambiente fornecido e desenvolvido pela empresa. Ou seja, não é possível, por exemplo, alterar o sistema para adaptar ou adicionar funcionalidades que não estão previstas no código-fonte original.
Já o Linux não exige nenhum tipo de licença de uso, ou seja, é gratuito. Quanto à novas funcionalidades e recursos do sistema operacional, seu código-fonte pode ser modificado à vontade. Ainda, como se trata de um ecossistema que possui milhares de colaboradores pelo mundo, existe uma vasta gama de “sabores” (distribuições) Linux disponíveis. Dependendo das necessidades da sua aplicação, pode-se optar por uma distribuição específica do Linux.
Ambas as modalidades — servidores Windows e Linux — recebem atualizações frequentes. No entanto, as atualizações de sistema e arquitetura do Windows partem apenas da Microsoft e seus parceiros, enquanto as atualizações do Linux partem de colaboradores e entusiastas espalhados pelo mundo.
Dito isso, vamos aos pontos principais que diferenciam os servidores Windows e Linux.
Custo de licenciamento de servidores Windows e Linux
A maioria das versões do Windows Server requer licenciamento pago, o que pode aumentar os custos operacionais do serviço como um todo. O licenciamento pode ser baseado no número de servidores utilizados e/ou no número de usuários e dispositivos que acessam o sistema.
Já no Linux, como a maioria das distribuições de Linux é de código aberto e gratuito, não existem custos de licenciamento. É verdade que algumas empresas desenvolvem soluções baseadas em Linux e cobram por isso. Mas esta não é a regra, o que torna essa modalidade de servidores uma escolha atraente para muitas empresas.
Compatibilidade de aplicações em servidores Linux
Os servidores Linux são compatíveis com uma grande variedade de aplicativos e sistemas, e essa compatibilidade é uma das razões pelas quais o Linux é uma escolha bastante popular para servidores.
Quando falamos de servidores web/web servers (me refiro ao software que roda no servidor) o Linux é compatível com as duas opções mais usadas no mundo atualmente: o Apache e o Nginx, como pode ser visto na imagem abaixo. Repare que o IIS, que é o web server fornecido pela Microsoft (Windows), representa apenas 4% do market share mundial na modalidade.
Em bancos de dados, as distribuições Linux são compatíveis com SGBDs (sistemas de gerenciamento de bancos de dados) amplamente usados, que incluem tanto sistemas relacionais, como o MySQL, MariaDB e PostgreSQL, quanto não-relacionais (NoSQL – not only SQL) como o MongoDB, que vem conquistando muitos adeptos nos últimos anos pela sua flexibilidade em relação aos bancos relacionais.
Para hospedar e servir aplicativos, o Linux permite a instalação de recursos como o Node.js, que é uma plataforma que permite executar JavaScript no lado do servidor (originalmente, JavaScript foi criado para ser interpretado apenas no navegador/cliente) e também é bastante usada atualmente. Outro exemplo é o Tomcat, que permite servir aplicativos em Java baseados na web (não confundir Java com JavaScript).
Servidores de e-mail, como o Postfix, Sendmail e Exim também são compatíveis com as distribuições Linux mais populares.
No quesito virtualização, a KVM (Kernel-based Virtual Machine) é uma tecnologia de código aberto que permite a criação de máquinas virtuais e que vem embarcada nativamente em servidores Linux.
Do ponto de vista da segurança, o Fail2ban é um software que ajuda a proteger servidores Linux contra ataques de força bruta e invasões. Também amplamente utilizado por administradores de rede que trabalham com Linux.
É importante destacar que essas são apenas algumas das muitas aplicações e sistemas compatíveis com servidores Linux. A natureza de código aberto do Linux permite uma grande flexibilidade e adaptabilidade, tornando-o uma escolha versátil e adaptável para diversas situações. A escolha de ferramentas específicas depende das necessidades do projeto e dos requisitos dos aplicativos.
Compatibilidade de aplicações em servidores Windows
A compatibilidade de aplicações em servidores que utilizam o sistema da Microsoft é mais restrita, quando comparada com a diversidade de opções para os servidores Linux. Pelo fato de ser um sistema proprietário, somente a Microsoft e parceiros autorizados desenvolvem soluções para servidores Windows. Isso não significa, no entanto, que servidores que rodam aplicações desenvolvidas para ambientes Windows sejam pouco usados. Pelo contrário. Talvez devido ao peso do nome Microsoft e pelas capacidades, é bastante comum encontrar soluções no mercado baseadas na arquitetura do IIS, que é o nome do servidor web criado e mantido pela empresa.
Quando falamos de bancos de dados, por exemplo, o Microsoft SQL Server possui uma grande fatia de mercado atualmente, ficando atrás apenas do Oracle (que também é um sistema proprietário) e do MySQL (este gratuito e open source). Vale mencionar que os bancos de dados da Oracle também são compatíveis com servidores Windows. Outras opções de bancos de dados compatíveis com servidores Windows incluem o Microsoft Access e o Azure SQL.
No caso de servidores web, o sistema padrão da Microsoft é o IIS (Internet Information Services). Este servidor é usado na maior parte dos casos para hospedar aplicações escritas em linguagens de programação criadas pela Microsoft. Neste universo, destacam-se especialmente o .NET e o ASP Clássico, mas também é possível rodar outras, como o PHP, por exemplo, que inicialmente era compatível somente com servidores Linux.
Como servidor de aplicativos, o IIS é compatível com uma série de linguagens de programação robustas e orientadas a objeto, como C#, C++ e até mesmo Java. Ou seja, é possível criar aplicações dinâmicas, usando uma dessas tecnologias, e integrá-las com páginas do lado do cliente que contenham linguagens interpretadas por qualquer navegador web, como HTML, CSS e Javascript. Sob esse ponto de vista, os servidores Windows são tão poderosos quanto servidores Linux, variando apenas nas linguagens e tecnologias usadas no lado do servidor, o que obviamente pode fazer bastante diferença na hora de escolher o tipo de servidor para hospedar uma aplicação.
Outras aplicações compatíveis com IIS incluem o Microsoft SharePoint, que é uma plataforma de colaboração e gerenciamento de conteúdo usada para compartilhar informações entre membros de uma organização, e o Microsoft Exchange Server. Este último é um servidor de e-mail bastante usado em ambientes corporativos.
Ainda falando em ambientes corporativos, o sistema Active Directory, da Microsoft, permite centralizar em um servidor o gerenciamento de identidades e acessos de colaboradores em uma empresa. O objetivo é facilitar a autenticação e a implementação de políticas de segurança em redes Windows.
Como vimos, os servidores Windows possuem uma grande variedade de compatibilidades e são usados por muitas empresas em todo o mundo. Vale mencionar que o usuário corporativo sempre foi um dos grandes alvos da Microsoft, que até hoje possui uma grande fatia de mercado nesse segmento.
Desempenho e escalabilidade
O desempenho de servidores Windows em comparação com servidores Linux pode variar dependendo de vários fatores, incluindo o tipo de aplicação, a qualidade do código, as configurações do servidor, o estado de otimização, entre outros pontos. Não é possível fazer uma afirmação categórica de que um sistema é mais rápido e eficiente do que o outro, pois ambos têm suas vantagens e desvantagens em termos de desempenho. No entanto, cabem algumas considerações nesse sentido.
O desempenho de um servidor Windows ou Linux depende em grande parte da carga de trabalho que ele está executando. Alguns aplicativos ou tarefas podem ser mais eficientes em uma plataforma do que na outra. Tanto servidores Windows quanto Linux podem ser altamente otimizados para atender necessidades específicas de desempenho. Isso requer conhecimento e ajustes adequados na configuração do sistema, da aplicação em si (código) e de outros fatores.
Vale destacar também que, em qualquer uma das modalidades, o desempenho está bastante ligado ao hardware do servidor. Em outras palavras, nas capacidades e especificações da máquina. Servidores com recursos mais poderosos, como CPUs mais rápidas, mais memória RAM e discos de alta velocidade, tendem a ter melhor desempenho, independentemente do sistema operacional.
A implementação e as configurações do ambiente também podem fazer grande diferença no desempenho de qualquer servidor, seja ele Windows ou Linux. Um servidor bem configurado e mantido tende a ter melhor desempenho.
Quanto à compatibilidade de softwares, este é um ponto fundamental quando falamos de desempenho. Logicamente, nenhum profissional da área vai escolher um servidor Linux para rodar uma aplicação em .NET. Mas, como vimos há pouco, algumas linguagens são compatíveis com os dois tipos de servidores. Nesse ponto, o melhor talvez seja avaliar comparações de mercado sobre o uso da aplicação que se deseja rodar. Por exemplo, aplicações em PHP tendem a ter um desempenho melhor em servidores Linux. Mas nada impede que um servidor Windows seja usado para tal.
A escolha do sistema operacional muitas vezes depende da compatibilidade com aplicações específicas. Se um aplicativo ou solução empresarial exige o uso de Windows, então um servidor Windows é a melhor escolha, independentemente de questões de desempenho. Vale mencionar que, em geral, o Windows tende a utilizar mais recursos do sistema, em comparação com algumas distribuições Linux mais leves. Isso pode afetar o desempenho, especialmente em servidores com recursos limitados.
Sob o ponto de vista da expansão do sistema e aplicações, ambos são escaláveis, mas a maneira como a escalabilidade é alcançada pode variar. Isso pode ser um fator importante ao considerar o desempenho em ambientes de alta demanda.
Em resumo, a comparação de desempenho entre servidores Windows e Linux é altamente dependente de vários fatores e não há uma resposta definitiva. Ambos os sistemas são capazes de oferecer desempenho robusto quando configurados e otimizados corretamente para atender às necessidades específicas da carga de trabalho.
Suporte técnico e comunidade
O suporte técnico para servidores Linux e Windows pode variar bastante, dependendo de vários fatores, e o sistema operacional escolhido para o servidor pode ter um peso grande neste quesito.
No caso de servidores Linux, uma das principais fontes de suporte é a comunidade de usuários. É possível obter suporte em fóruns, wikis, sites de perguntas e respostas, como o Stack Overflow, além da documentação das diversas distribuições Linux. Em última instância, é possível ainda contratar profissionais ou empresas especializadas no assunto.
Vale dizer que algumas distribuições de Linux, como Ubuntu, Red Hat, SUSE e CentOS, oferecem suporte comercial pago. As modalidades de suporte técnico incluem telefone, chat ou e-mail. Atualizações de segurança e patches de correção também são lançados com uma certa regularidade.
Portanto, em muitos casos, administradores de servidores Linux precisam ser mais auto suficientes e ficar com a responsabilidade de gerenciar as configurações, aplicação de patches e solução de problemas.
Já nos servidores Windows, a própria Microsoft oferece suporte técnico pago para seus produtos, o que inclui o Windows Server. A ajuda pode ser obtida por telefone, chat ou e-mail.
Há ainda um ecossistema de parceiros certificados pela Microsoft, como empresas de consultoria que oferecem suporte especializado para servidores Windows.
Da mesma forma como ocorre com o Linux, atualizações de segurança, fórum de usuários e acesso a bases de conhecimento também estão disponíveis. Embora as comunidades de usuários do Windows estejam em menor número do que as de Linux, ainda existem fóruns e outros recursos onde os usuários do Windows podem buscar ajuda e compartilhar conhecimento.
Além disso, devido à natureza mais centralizada e à uniformidade dos produtos Microsoft, a obtenção de suporte direto da Microsoft pode ser mais direta em comparação com o mundo Linux. A Microsoft também fornece atualizações regulares e patches de segurança para seus produtos, o que pode facilitar a rotina de seus administradores.
Veja também: Hospedagem Linux ou Windows: saiba como escolher a melhor opção
Afinal, devo escolher um servidor Windows ou Linux para minha aplicação?
Como vimos, a escolha entre um servidor Windows ou Linux depende de diversos fatores, incluindo as necessidades específicas da aplicação, a experiência do profissional de TI na área, os requisitos de software, custos, escalabilidade e outros fatores.
Não há uma resposta única para a pergunta de qual sistema operacional escolher para sua aplicação. A escolha deve ser baseada nas necessidades específicas da aplicação e nas considerações operacionais do projeto. Algumas empresas optam por usar uma combinação de servidores Windows e Linux, dependendo das cargas de trabalho e dos aplicativos, para aproveitar as vantagens de ambos os sistemas operacionais. É importante analisar cuidadosamente as necessidades e recursos antes de tomar uma decisão.
Espero que este artigo tenha te ajudado a fazer a melhor escolha entre servidor Windows ou Linux. Se você ficou com alguma dúvida ou tem algo a acrescentar, deixe um comentário. Farei o possível para ajudar.
E, aproveitando que você chegou ao final do artigo, confira o ranking dos melhores servidores dedicados, feito com base em uma seleção criteriosa da nossa equipe.