Conheça o Whois: o sistema que divulga os dados de todos que registram domínios

O que é Whois

Existem mais de 1 bilhão de sites na internet. São sites dos mais variados tipos e conteúdos que a cultura mundial pode permitir. Sites produzidos em diversos países, idiomas e contextos. Mas apesar de toda essa diversidade, existe um traço em comum entre eles: todos estão catalogados no Whois, o protocolo que concentra os dados dos proprietários de domínios.

Tanto o domínio do João que vende coxinha ali na esquina quanto o do Bill Gates estão disponíveis no Whois. Esse sistema é uma espécie de páginas amarelas da internet com informações como nome, e-mail, telefone e endereço de cada pessoa que registra domínio. Quer saber mais sobre o Whois? Confira as informações que reunimos aqui neste artigo!

O que é o Whois?

O Whois é um protocolo de acesso distribuído e público que apresenta as informações dos proprietários de domínios. Tecnicamente, o Whois é considerado um protocolo de controle de transmissão (Transmission Control Protocol ou TCP). O próprio nome do sistema já é bem sugestivo. Whois significa “quem é”. É justamente movido por essa dúvida que um indivíduo faz uma busca no Whois. Quem acessa o sistema quer saber quem é o dono de um domínio.

Funciona assim: pessoas, empresas, organizações e governos criam sites a todo o momento. E para isso, precisam de um domínio. O serviço de registro é oferecido por diversas empresas credenciadas pela ICANN, a entidade sem fins lucrativos que regula a internet. Quando o registro é feito, as informações coletadas pelas empresas são direcionadas para a base de dados Whois.

Quais informações aparecem no Whois?

Além dos dados do servidor de registro do domínio, o nome, e-mail, endereço e telefone da pessoa que registra e também os contatos administrativos e técnicos. Bem, se você já está começando a ficar preocupado com a exposição dos seus dados, eu já adianto que no final deste artigo mostraremos uma alternativa para proteção. Agora, veja de forma mais detalhada quais são as informações enviadas ao Whois para cada domínio registrado:

  • o nome do servidor em que o domínio foi registrado, o DNS para onde ele está apontado e o status do domínio;
  • a data de criação original e de vencimento do registro;
  • a identidade de quem registra o domínio, do responsável administrativo e do responsável técnico (além dos nomes, o e-mail, número de telefone e endereço postal).

De forma prática, esse é um trecho do que aparece quando você pesquisa uma URL no Whois:

Exemplo de consulta Whois no site da ICANN

Conforme a legislação de cada país, as exigências podem sofrer algumas variações. Aqui no Brasil, por exemplo, os domínios de pessoas físicas que são registrados no site do Registro.br ficam isentos da divulgação do telefone e endereço no Whois.

Como fazer pesquisa no Whois

O Whois possui uma base de dados descentralizada. Não existe um site oficial para acessá-lo. O site da ICANN é um dos diversos que disponibiliza a consulta. Se você acessar, verá a seguinte tela:

pesquisa whois da ICANN

Para fazer a pesquisa, basta digitar o domínio que você deseja as informações e… Pronto! Simples assim. Ali estão todos os dados do registro. O acesso é público e gratuito. Não é necessário nenhuma senha ou acesso especial.

Por que o Whois existe?

O Whois foi criado na pré-história da internet, quando ela ainda se chamava ARPANET. Tudo começou durante um período da Guerra Fria, no final da década de 60. O Departamento de Defesa norte-americano precisava de uma forma de comunicação segura e que persistisse mesmo em caso de bombardeio. Assim, surgiu um modelo embrionário do que conhecemos hoje por internet. Esse sistema foi sendo aprimorado pelo meio acadêmico e pelas empresas. Na medida que foi crescendo, novos recursos foram surgindo. Em 1982, surgiu o protocolo que estabelecia um serviço de diretório para os usuários da ARPANET. Surgia aí o Whois.

Inicialmente, o sistema era acessado apenas pelos usuários da ARPANET. Mas na medida que o catálogo crescia, começou a ser visitado por pessoas de diversas entidades e para diferentes propósitos, desde a investigação de crimes até a resolução de questões de propriedade intelectual. Já na década de 90, quando o formato WWW de Tim Bernes-Lee se popularizou e a internet se tornou disponível para todos, adivinha. Lá estava o Whois consolidado. Em 1998, a ICANN se estabeleceu com a função de regular a internet e herdou a manutenção do protocolo Whois. Diversas reuniões foram conduzidas para tratar do sistema. As resoluções foram no sentido de manter o Whois como um banco de dados público, ou seja, com as informações dos proprietários de domínios disponibilizadas para todos.

As polêmicas que envolvem o Whois

A divulgação de dados no Whois gera bastante discussão. Afinal, como fica a privacidade dos proprietários de sites? Bem, o tema é controverso. Mas até então, no debate entre o acesso público e a privacidade, o primeiro tem vencido.

As regras para divulgação dos dados são tão rigorosas que foi estabelecido que todo o ano, as empresas de registro são obrigadas a enviar um lembrete para que os proprietários de domínios mantenham as informações atualizadas no Whois. Caso sejam fornecidos dados imprecisos, o domínio fica congelado até que se resolva o problema. Essas e outras normas fazem parte do contrato de registro de domínio, que é assinado de maneira virtual quando as pessoas adquirem os domínios. São os “termos e condições” que geralmente ficam no canto inferior da tela em letras miúdas.

Ainda sobre polêmica, vale ressaltar um assunto que resultou na adoção de uma nova política de restrição do Whois: a proibição do uso dos e-mails ali apresentados para atividades de marketing. Em 2004, a ICANN passou a exigir que os usuários, ao fazerem uma pesquisa no Whois, se comprometam em não fazer uso comercial das informações. Por isso, em toda a pesquisa aparece uma mensagem destacando essa restrição. No entanto, é difícil garantir a fiscalização e no final das contas, essa normativa não fez tanta diferença na vida dos proprietários de domínios.

A busca por soluções

A ICANN está atenta a esses pontos e por isso novos procedimentos devem ser adotados. Em 2014, um relatório apontou que o modelo atual em que as pessoas fazem pesquisas de forma anônima precisa ser abandonado. Os novos procedimentos irão coletar, validar e divulgar os dados somente após a confirmação de que as informações serão usadas para os fins permitidos. Os dados só devem ser disponibilizados para solicitantes credenciados e que, uma vez identificados, concordem em ser responsabilizados pelo uso inadequado das informações. Quando essa mudança vai ocorrer? Ainda não sabemos. A ICANN apenas aponta que caminha nesse sentido, mas não dá previsão.

Como ter privacidade

Enquanto a regulamentação internacional sobre divulgação de dados não muda, os proprietários de sites podem recorrer ao serviço de privacidade de domínio. Também conhecido como domain privacy, o serviço esconde as informações pessoais do Whois. No lugar dos dados pessoais do proprietário são colocados os dados da empresa que faz o registro. Se você não quer que as suas informações fiquem expostas na internet, essa pode ser uma boa alternativa. Para saber todos os detalhes sobre a privacidade de domínio, acesse esse artigo.

E você já sabe, mas não custa lembrar. Qualquer questão sobre o assunto, deixe um comentário!

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Jornalista com experiência em TV, rádio, revista e jornal. Tem artigos publicados em veículos de imprensa do Brasil e do exterior. Acredita que cada texto produzido tem o poder de transformar vidas e por isso zela pela qualidade e relevância de todos os conteúdos que tem em mãos.

2 Comentários

  1. Adriano Luis Dos Santos

    Olá!
    Gostaria de saber a respeito da “nomenclatura” do domínio,
    por exemplo, posso decidir por um nome expressivo, ainda que tenha entre 20 a 23 caracteres? Seria o nome, setor e a palavra Brazil ( com z) pois pretendo expoxtar, e desviar o foco da China.

    Forte Abraço!

    Responder
    • Bill Bordallo
      Cofundador - Tudo Sobre Hospedagem de Sites

      Olá, Adriano,
      Para domínios nacionais, isto é, terminados em “.br”, o número máximo de caracteres permitidos é 26, não incluindo a extensão (ex.: em “exemplo.com.br”, apenas “exemplo” conta). Alguns caracteres acentuados são aceitos. Para conhecer todas as regras de nomenclatura para domínios nacionais, acesse esta página.
      Para domínios internacionais, o número máximo de caracteres permitidos é 63 (também sem contar com a extensão do domínio).
      Quanto ao nome do domínio em si, vale a pena observar algumas boas práticas. Antes de definir o nome, recomendo ler o artigo como escolher um domínio para o seu site.
      Se puder ajudar com mais alguma informação, basta entrar em contato.
      Abraços!

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