Grande parte das tecnologias presentes em nosso dia a dia são desconhecidas do público em geral, que as utiliza sem perceber. De fato, não é necessário ser um programador para fazer uma compra pela internet ou consultar o saldo no aplicativo do banco.
Dentre todas as inovações trazidas pela revolução digital, uma delas está presente desde os primórdios da computação — e vem evoluindo com o passar dos anos. Me refiro ao banco de dados. Você provavelmente já ouviu falar nele, mas sabe o que isso significa?
Descubra neste artigo o que é um banco de dados, os tipos existentes e o seu papel no âmbito da hospedagem de sites. Esta é uma leitura fundamental para aqueles que estão começando na área.
O que é banco de dados
Para responder essa pergunta é necessário voltar um pouco no tempo e entender o seu conceito. Desde muito antes da invenção dos computadores, a utilização de bancos de dados já existia. Conceitualmente, um banco de dados é qualquer coleção de informações — como, por exemplo, uma agenda telefônica ou o catálogo de clientes de uma loja.
O uso e a complexidade dos bancos de dados foram turbinados com o advento da informática. Atualmente, eles estão presentes em nossas vidas de maneiras que poucos se dão conta. Qualquer sistema ou serviço online necessita de um para armazenar e recuperar informações. Os aplicativos que mais usamos em nosso cotidiano contêm bancos de dados. A maioria dos programas existentes em nossos computadores pessoais também. Se eles não existissem na informática, o ambiente digital provavelmente seria diferente daquele que conhecemos atualmente.
Da mesma forma, não podemos falar em sites, blogs e lojas virtuais sem mencioná-los. Ao acessar um site na internet — salvo raras exceções —, as informações disponíveis na página são carregadas a partir de uma consulta em um banco de dados. Ao criar um novo post em um blog, seu conteúdo está sendo gravado em um. Ao cadastrar um novo produto em sua loja virtual, o mesmo ocorre. Esse processo é feito automaticamente através de um script, que é um conjunto de regras criadas utilizando-se qualquer linguagem de programação.
Agora que você já conhece o conceito, vamos nos aprofundar no assunto e conhecer os tipos de bancos de dados, seu papel na hospedagem de um site e descobrir como escolher um.
O papel do banco de dados na hospedagem de sites
Os bancos de dados possuem um papel importante — se não fundamental — quando falamos de hospedagem de sites. Como vimos, blogs, sites e lojas virtuais dependem desse recurso para armazenar diversas informações. Qualquer aplicação ou sistema baseado na internet precisará de algum tipo de banco de dados. Para mencionar outros exemplos podemos citar apps para dispositivos móveis e diversos tipos de sistemas online.
Muitas são as tecnologias envolvidas na hospedagem de um site. Do ponto do servidor (que é o equipamento físico), além do hardware, centenas de softwares podem ser instalados pela empresa fornecedora ou pelo usuário. Os softwares fundamentais em uma hospedagem dizem respeito ao servidor web, à linguagem de programação e ao (adivinhe) banco de dados. Assim, ao pesquisar por um serviço de hospedagem de sites, é comum encontrar uma combinação de softwares que inclui esses itens. Esta tríade é uma premissa para diversos tipos de sites e sistemas online.
Ao iniciar um projeto que necessita de uma hospedagem de sites, é fundamental saber o tipo de sistema que será usado no servidor em questão. Essa escolha por si só já indica os requisitos necessários na hospedagem, o que inclui o banco de dados. Por exemplo, se você pretende criar um site utilizando o gerenciador de conteúdo WordPress, pode consultar os requisitos do sistema e contratar um serviço de hospedagem com base nessas informações. No caso, o WordPress necessita de um servidor web Apache ou NGINX, um interpretador da linguagem de programação PHP e um banco do tipo MySQL ou MariaDB.
Tipos de bancos de dados
Existem diversos tipos de bancos de dados atualmente. Mas quando falamos de sites e sistemas web, vamos encontrar dois tipos principais: os relacionais e os não-relacionais.
Os bancos de dados relacionais existem desde a década de 70 e se consolidaram nos anos 80. Esse é o tipo mais usado atualmente. Nos bancos relacionais as informações são apresentadas em forma de tabela, com colunas e linhas, de maneira semelhante ao encontrado em uma planilha. O nome “relacional” vem da matemática e indica a correspondência entre elementos de dois conjuntos. Essa representação de dados permite grande eficiência e flexibilidade na manipulação dos dados, que é feita através de um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD). Dentre os bancos relacionais mais populares atualmente podemos citar o MySQL, que é gratuito e de código aberto; o SQL Server, criado e mantido pela Microsoft para rodar em servidores Windows; e o Oracle, que é o banco relacional mais usado no mundo.
Os bancos de dados não-relacionais, também conhecidos como NoSQL (not only SQL ou não apenas SQL), surgiram na virada para o século XXI. Em um banco NoSQL, os dados são organizados em formas distintas à tabela clássica do modelo relacional. Esse tipo foi criado para resolver problemas relacionados ao escalonamento horizontal de servidores, que diz respeito à replicação de uma determinada aplicação em diversas máquinas, algo corriqueiro na computação em nuvem. O escalonamento horizontal sempre foi considerado um desafio para os bancos de dados relacionais. Dentre os bancos não-relacionais mais populares, podemos citar o MongoDB, que armazena os dados em arquivos de texto do tipo JSON (Javascript Object Notation), e o Cassandra, que foi desenvolvido pela equipe do Facebook. Ambos são gratuitos e de código aberto.
Além dos citados acima, também é possível encontrar bancos de dados orientados a objetos, onde cada informação é armazenada na forma de objetos (como na programação orientada a objetos); armazém de dados (data warehouse), que possibilita a compilação e análise de um volume grande de dados; bancos de dados distribuídos; bancos de dados gráficos; entre outros.
Qual banco de dados devo escolher para o meu site
Na maioria das vezes não é necessário “escolher” um banco de dados para o seu site. A razão é simples. Como vimos anteriormente, ao optar pela utilização de determinado sistema, o tipo de banco escolhido deve ser o que está indicado nos pré-requisitos do sistema em questão. Assim, no momento de contratar um serviço de hospedagem, basta verificar se os recursos exigidos pelo sistema que você precisa usar estão de acordo com os oferecidos pela hospedagem.
No cenário descrito acima, vale mencionar que, em muitos casos, o usuário não precisa ter contato com o banco propriamente dito. Isso ocorre porque os serviços de hospedagem de sites mais populares da atualidade oferecem a instalação automática de aplicações. Nesse cenário, o usuário consegue realizar a instalação de diversos scripts e aplicações sem ter que lidar com códigos ou com a criação de bases de dados. Como exemplo de instalador automático podemos citar o Softaculous, que viabiliza a instalação de aplicações como o WordPress, PrestaShop, Joomla, Magento, entre muitos outros, diretamente no painel de controle da hospedagem.
Em outros cenários, como quando se quer desenvolver uma aplicação ou sistema completamente novo, a escolha do tipo de banco implica avaliar outros fatores, como o tipo de aplicação que se pretende criar e o papel que o banco de dados terá nesse cenário, para então escolher a opção mais adequada. A linguagem de programação e a forma como os dados serão armazenados e recuperados também interferem nessa escolha.
Bancos de dados e linguagens de programação
Para criar, ler e manipular as informações existentes em um banco de dados, frequentemente usam-se linguagens de programação. Os sistemas de gerenciamento de bancos de dados (SGBD) usam uma linguagem própria, mas os dados também podem ser manipulados usando-se comandos e scripts existentes no nível da aplicação, ou seja, fora do banco de dados propriamente dito.
Os bancos de dados relacionais mais populares, como o MySQL e o SQL Server, utilizam a linguagem SQL, que não é uma linguagem de programação como as usadas para fazer aplicações, mas somente para lidar com a base de dados em si. A sigla SQL vem de Structured Query Language, cuja tradução seria linguagem de consulta estruturada. O SQL foi desenvolvido pela IBM nos anos 70 e é amplamente usado ainda nos dias de hoje. A linguagem SQL permite realizar operações complexas em uma base de dados usando-se comandos derivados de palavras em inglês. Por exemplo, o comando SELECT nome FROM cadastro WHERE estado = ‘SP’ seleciona (SELECT) uma lista de nomes (na coluna nome) existentes na tabela cadastro (FROM) cujo estado é São Paulo (SP).
Linguagens de programação que rodam em no nível do servidor, isto é, fora do banco de dados, também podem interagir com o banco de dados. O PHP, por exemplo, que é uma linguagem criada especificamente para sites e aplicações baseadas na internet, possui diversas funções que interagem e realizam operações em bancos de dados. É possível ainda rodar comandos SQL diretamente nos scripts escritos em PHP.
É através da integração entre linguagens de programação e bancos de dados que as aplicações mais complexas usadas por nós no dia a dia são criadas.
Conclusão
Os bancos de dados vieram a partir da necessidade de se armazenar e catalogar informações, mas sua utilização foi potencializada pela tecnologia. Muitas das facilidades experimentadas em nosso cotidiano simplesmente não existiriam se não houvesse bancos de dados. Atualmente, é impossível pensar em um mundo sem esse recurso.
E quando falamos de hospedagem de sites, eles também são parte fundamental dessa área. Felizmente para o público leigo, não é necessário lidar diretamente com esse tipo de tecnologia, já que muitos serviços cuidam desse aspecto através dos script presentes em suas aplicações.
Se você ficou com alguma dúvida ou tem algo a acrescentar, deixe um comentário! 🙂
Agora que você sabe o que é banco de dados, confira este comparativo com as melhores hospedagens de site da atualidade.